O espaço arquitetônico góticos principais fatos a influenciarem a produção arquitetônica medieval foram o recrudescimento das cidades e a ascensão da Igreja Católica. À medida que o poder secular submetia-se ao poder papal, passava a ser a Igreja que detinha o capital necessário ao desenvolvimento das grandes obras arquitetônicas. A tecnologia do período desenvolveu-se principalmente na construção das catedrais, estando o conhecimento tectônico sob o controle das corporações de ofícios.
Durante praticamente todo o período medieval, a figura do arquiteto (como sendo o criador solitário do espaço arquitetônico e da construção) não existe. A construção das catedrais, principal esforço construtivo da época, é acompanhada por toda a população e insere-se na vida da comunidade ao seu redor. O conhecimento construtivo é guardado pelas corporações, as quais reuniam dezenas de mestres-obreiros (os arquitetos de fato) que conduziam a execução das obras mas também as elaboravam.
A Cristandade definiu uma visão de mundo nova, que não só submetia a vontade humana aos desígnios divinos como esperava que o indivíduo buscasse o divino. Em um primeiro momento, e devido às limitações técnicas, a concepção do espaço arquitetônico dos templos volta-se ao centro, segundo um eixo que incita ao percurso. Mais tarde, com o desenvolvimento da arquitetura gótica, busca-se alcançar os céus através da indução da perspectiva para o alto.
O homem vitruviano, interpretado por Leonardo da Vinci. Nele está sintetizado o espírito renascentista: clássico e humanista. Com o fim da Idade Média a estrutura de poder européia modifica-se radicalmente. Começam a surgir os estados-nacionais e, apesar da ainda forte influência da Igreja Católica, o poder secular volta a subjugá-la, especialmente com as crises decorrentes da Reforma Protestante.
O Renascimento abriu a Idade Moderna rejeitando a estética e cultura medievais e propondo uma nova posição do homem perante o Universo. Antigos tratados arquitetônicos romanos são redescobertos pelos novos arquitetos, influenciando profundamente a nova arquitetura. A relativa liberdade de pesquisa científica obtida permitiu algum avanço nas técnicas construtivas, permitindo novas experiências e a concepção de novos espaços.
Algumas regiões italianas, e Florença em especial, devido ao controle das rotas comerciais que levavam a Constantinopla, tornam-se as grandes potências mundiais e é nelas que se desenvolveram as condições para o desenvolvimento das artes e das ciências.
Palazzo della Ragione de Palladio. O espírito renascentista evoca as qualidades intrínsecas existentes no ser humano. O progresso do homem - científico, espiritual, social - torna-se um objetivo importante para o período. O Classicismo, redescoberto, e o Humanismo surgem como o guia para a nova visão de mundo que manifesta-se nos artistas do período.
A cultura renascentista mostra-se multidisciplinar e interdisciplinar. O que importa ao homem renascentista é o culto ao conhecimento e à razão, não havendo para ele separação entre as ciências e as artes. Tal cultura mostrou-se um campo fértil para o desenvolvimento da arquitetura, uma matéria que da mesma forma não vê limite entre as duas áreas.
A arquitetura renascentista mostrou-se clássica, mas não se pretendeu neoclássica. Com a descoberta dos antigos tratados (incompletos) da arquitetura clássica (dentre os quais, o mais importante foi De Architetura de Vitrúvio, base para o tratado De Re Aedificatoria de Alberti), deu-se margem a uma nova interpretação daquela arquitetura e sua aplicação aos novos tempos. Conhecimentos obtidos durante o período medieval (como o controle das diferentes cúpulas e arcadas) foram aplicados de uma nova forma, incorporando os elementos da linguagem clássica.
A descoberta da perspectiva é um aspecto importante para se entender o período (e especialmente a perspectiva central): a idéia de infinito trazida pela manipulação do ponto de fuga foi bastante utilizada como elemento cênico na concepção espacial daqueles arquitetos.
A perspectiva representou uma nova forma de entender o espaço como algo universal, compreensível e controlável através da razão do homem. O desenho tornou-se o principal meio de projetação, assim como surge a figura do arquiteto solitário (diferente da concepção coletiva dos edifícios medievais). Os novos meios de concepção do projeto influenciaram a concepção espacial dos edifícios no sentido em que as visuais são controladas, direcionadas para um ponto de vista específico. O poder da perspectiva de representar universalmente a realidade não se limitou a apenas descrever a experiência, mas também a antecipá-la projetando a imagem de volta à realidade.
Entre os principais arquitetos da Renascença se incluem Vignola, Alberti, Brunelleschi e Michelângelo.
Com o desenrolar do Renascimento e o constante estudo e aplicação dos ideais clássicos, começa a surgir entre os artistas do período um certo sentimento anticlássico, ainda que suas obras continuassem, em essência, predominantemente clássicas. Neste momento, surge aquele que foi chamando de maneirismo.
Os arquitetos maneiristas (que rigorosamente podem continuar sendo chamados de renascentistas) apropriam-se das formas clássicas mas começam a desconstruir seus ideais.
São constantes as referências visuais em espaços internos aos elementos típicos da composição de espaços externos: janelas que se voltam para dentro, tratamento de escadas externas em alas interiores de edifícios, etc.
O já consagrado domínio da perspectiva permite experimentações diversas que fogem ao espaço perspectivo dos períodos anteriores. Michelângelo é um dos arquitetos renascentistas que podem ser chamados de maneiristas.
Nenhum comentário sobre esta página. Seja o primeiro a comentar!